segunda-feira, 21 de maio de 2012
Ta difícil ser escandalosamente feliz,da difícil ter ânimo,viver não é fácil e seria mais fácil se eu pudesse voltar ao passado para ter meus meros momentos de êxtase.Sou tão covarde!maltrato tanto a mim mesma,sou tão fraca e indigna.Eu poderia ser atriz sendo o que sou e sem fazer nenhum esforço sabia?!Só que no momento não posso nada...
Reclamar é fácil concordo,difícil é ser bem sucedido e respeitado.Ninguém tem o mundo nas mãos eu sei,tudo nunca nos bastou e nem bastara,porque no fundo sabemos sem hipocrisia que estamos sempre querendo mais,e o problema não é querer e sim poder.O poder move tudo.Talvez eu goste do sem nexo,rsrs nada por enquanto se encaixa em mim,na minha vida e no que sou, no que sinto e vivo,tudo esta fora de órbita e eu espero que um dia as coisas entrem nos eixos para que sem nexo algum sendo quem sou com minhas vírgulas erradas,meus pontos que com ou sem vírgula me confundem tanto!Mas que no fundo meu ponto fraco sempre foi o ponto final nas coisas e que nesse dia eu consiga colocar um ponto final naquilo que preciso tanto.
quinta-feira, 10 de maio de 2012
O amor comeu...
O amor comeu meu nome,minha identidade,meu retrato
O amor comeu meus cartões de visita
O amor comeu minhas roupas,meus lenços,minhas camisas
O amor comeu meus remédios,minhas receitas médicas,minha dieta
O amor comeu todos os meu livros de poesia
O amor comeu meu Estado,minha cidade
O amor comeu minha paz,minha guerra,meu dia e minha noite
Meu inverno,meu verão
Comeu meu silencio,minha dor de cabeça
O meu medo da morte
(João Cabral de Melo Neto)
Acreditar...
Às vezes,o que precisamos está tão próximo… Passamos,olhamos,mas não enxergamos.Não basta apenas olhar.É preciso saber olhar com os olhos,enxergar com a alma e apreciar com o coração.O primeiro passo para existir é imaginar.O segundo é nunca se esquecer de que querer fazer é poder fazer,basta acreditar.
quarta-feira, 9 de maio de 2012
Ela tinha a audição tão precisa
Que ouvia o barulho das estrelas
De quando a Terra se movia
E quando acordava: a brisa.
Ela só queria ouvir “eu te amo”
E voltar pra casa,logo depois
Sem esperar o próximo ano
Pra comemorar juntos,os dois.
Ela tinha uma entonação tão bonita
Quando falava que queria alguém
Ela fraquejava e tremia os lábios
E era como se a frase nunca tivesse sido dita
[por ninguém].
Ela tinha os olhos na Lua
E podia ouvir o barulho das estrelas colidindo
E dos meteoros explodindo
Mas nunca caíam na sua rua.
Ela não conseguia enxergar o que estava à sua frente
Mas enxergava o mundo inteiro com os ouvidos
Ela tinha os olhos de ouro
E sentimentos tão valiosos,desses que só a gente sente.
Ela tinha um amor que poderia ser eterno
Mas ninguém pra amar com tanta intensidade
A garota mais bonita da cidade,
Odiava o drama do amor moderno.
—(Sentimentos Contemporâneos;Poeta).
Os ombros suportam o mundo...
Chega um tempo em que não se diz mais: meu Deus.
Tempo de absoluta depuração.
Tempo em que não se diz mais: meu amor.
Porque o amor resultou inútil.
E os olhos não choram.
E as mãos tecem apenas o rude trabalho.
E o coração está seco.
Em vão mulheres batem à porta,não abrirás.
Ficaste sozinho,a luz apagou-se,
mas na sombra teus olhos resplandecem enormes.
És todo certeza,
já não sabes sofrer.
E nada esperas de teus amigos.
Pouco importa venha a velhice,que é a velhice?
Teu ombros suportam o mundo
e ele não pesa mais que a mão de uma criança.
As guerras,as fomes,as discussões dentro dos edifícios
provam apenas que a vida prossegue
e nem todos se libertaram ainda.
Alguns,achando bárbaro o espetáculo,
prefeririam (os delicados) morrer.
Chegou um tempo em que não adianta morrer.
Chegou um tempo em que a vida é uma ordem.
A vida apenas,sem mistificação.
(Carlos Drummond de Andrade)
Os homens...
… Os homens perdem a saúde para juntar dinheiro,depois perdem o dinheiro para recuperar a saúde.
E por pensarem ansiosamente no futuro esquecem do presente de forma que acabam por não viver nem no presente nem no futuro.E vivem como se nunca fossem morrer… E morrem como se nunca tivessem vivido.
(Lhamo Döndrub,monge tibetano).
terça-feira, 8 de maio de 2012
Somos diferentes,tu e eu.
Tens forma e graça e a sabedoria de só saber crescer até dar pé. Eu não sei onde quero chegar e só sirvo para uma coisa que não sei qual é!
És de outra pipa e eu de um cripto. Tu, lipa Eu, calipto.
Gostas de um som tempestade roque lenha muito heavy. Prefiro o barroco italiano e dos alemães o mais leve. És vidrada no Lobo eu sou mais albônico.
Tu, fão. Eu, fônico.
És suculenta e selvagem como uma fruta do trópico. Eu já sequei e me resignei como um socialista utópico. Tu não tens nada de mim eu não tenho nada teu.
Tu, piniquim. Eu, ropeu.
Gostas daquelas festas que começam mal e terminam pior. Gosto de graves rituais em que sou pertinente e, ao mesmo tempo, o prior. Tu és um corpo e eu um vulto, és uma miss, eu um místico.
Tu, multo. Eu, carístico.
És colorida, um pouco aérea, e só pensas em ti. Sou meio cinzento, algo rasteiro, e só penso em Pi. Somos cada um de um pano uma sã e o outro insano.
Tu, cano. Eu, clidiano.
Dizes na cara o que te vem a cabeça com coragem e ânimo. Hesito entre duas palavras, escolho uma terceira e no fim digo o sinônimo. Tu não temes o engano enquanto eu cismo.
Tu, tano. Eu, femismo.
Luis Fernando Verissimo
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